Inocêncio XII nascido António Pignatelli,(Nápoles, 13 de maio de 1615 — Roma, 27 de setembro de 1700). Foi Papa de 21 de julho de 1691 até a sua morte.
Do conclave de 1691, interrompido, aliás, por um incêndio, saiu ileso António Pignatelli, arcebispo de Nápoles, de 76 anos de idade, que seria eleito Papa, tomando o nome de Inocêncio XII. Fora educado num colégio de jesuítas e servido como núncio em Florença, em Viena e na Polónia.
Durante seu Pontificado, instituiu documentos como a bula pontifícia Romanum decet pontificem, que extirpou a praga do nepotismo, não permitindo aos parentes próximos dos futuros Papas acesso a regalias especiais na estrutura de poder político e mesmo religioso. Emanou decretos sobre o uso da veste talar, sobre a visita canónica e exercícios espirituais ao clero e sobre a disciplina dos religiosos. Introduziu o piedoso costume de se acompanhar o Santo Viático.
Instituiu asilos para os pobres, eliminando a mendicância nas ruas. Atendeu carinhosamente aos flagelados dos terremotos e da peste. Encerrou as questões com a França de Luís XIV e o caso do Quietismo. Esta interpretação dada pelo arcebispo Miguel de Molinos, preceptor do príncipe herdeiro de França, às palavras de Santo Agostinho: Ama a Deus e fazei o que quiseres, desencadeou acesas polémicas. Roma, após estudar cuidadosa e longamente a questão, reprovou o livro Máximas dos Santos de Fénelon. Molinos publicamente se retratou.
Muito trabalhou Inocêncio em prol das Missões no Canadá, na Pérsia e na Abissínia. Contra os muçulmanos, o Príncipe Eugénio de Savoia, esse padreco como o alcunhara por desprezo Luís XIV, obteve estupendas vitórias, que eliminaram o secular perigo turco. Carlos II de Espanha, sem herdeiros próximos, recorreu ao pontífice pedindo seu parecer de pai comum da cristandade sobre a sucessão. O Papa iniciou o Ano Santo de 1700, mas faleceu em 27 de setembro. Foi o último pontífice a usar barba, costume reintroduzido em 1527 pelo Clemente VII, durante o cerco de Roma.